Transecrise
“TRANSECRISE” é o livro de juventude do autor, reunindo contos, poemas e outros textos. Nele sobressai uma incrível imaginação, construtora de imagens que brotam do inconsciente e que adquirem sentido a partir de raciocínios delirantes. Sua escrita une figuras surrealistas, metáforas poéticas, ideias místicas e ideogramas mágicos, compondo um conjunto díspar em forma e conteúdo. Expressa um subjetivismo atemporal, mas pode ser compreendido também a partir da época em que foi escrito – final dos anos 60 e início dos anos 70 – ou seja, a adolescência de uma geração que, alienada e amordaçada pela ditadura do Brasil de pós-64, fechada em si mesma, enlouquecia ouvindo os ecos da rebelião da juventude em todo o mundo. É desta época o seu experimentalismo linguístico feita de fluxo contínuo, onde as palavras se associam por sons e ritmos, e as orações fogem dos cânones de sintaxe, permitindo inclusive o surgimento de novos vocábulos. A obra é um jogo de comunicação e solidão, uma dualidade feita de sons e silêncios.