O Ser e a Physis
A obra “O SER E A PHYSIS” se propõe a tratar do problema do Ser à luz da Física Quântica e Relativística, partindo do que a Filosofia Grega especulou sobre o mundo físico, e como tal pensar deu origem à ciência moderna. Aborda a Física Clássica e o rompimento epistemológico que significou o surgimento da Física Relativística e Quântica. Analisando as principais teses, descobertas e teorias da física contemporânea, demonstra como elas demandam um enfoque filosófico que não colida com as verdades já comprovadas da ciência. Por fim, trata dos principais conceitos e problemas filosóficos suscitados pela física, como o realismo e o materialismo e, principalmente, a questão do Ser.
Trecho da obra “O Ser e a Physis”
Já vimos que, como descobriu Einstein, o espaço é curvo, e o tempo é sua 4ª dimensão. Assim, o caminho mais curto entre dois pontos é a linha curva, não passando a linha reta de uma ideia abstrata do grego Euclides, que só vemos como real nas dimensões humanas em que vivemos. Em outras palavras, a realidade é diferente do que vemos, o real é invisível aos olhos e só é percebido pela razão. Mas é também a razão que nos diz que não somos seres essencialmente racionais, pois desejamos, decidimos e nos motivamos movidos por paixões. Daí que, no dizer de Nietzsche, somos uma corda estendida sobre o abismo, mas não entre o homem e o super-homem, como escreveu ele, e sim entre o animal e o humano. Ou se preferirem, entre o animal e o divino, sendo o humano a dualidade esquizofrênica da corda. Afinal, há um universo externo, como micro e macro, e nós no plano médio. E há o universo interno, que também tem dimensões inferiores e superiores. Somos humanos, a um só tempo, céu e inferno, deuses e demônios.
A concepção evolucionista, que demonstra ser o homem resultado e ápice de um processo biológico, inerente a todos os seres vivos, tomados como espécies e indivíduos, não explica a diferença entre seres orgânicos e inorgânicos. Esta obra não pretende explicar a vida, e apenas tenta refletir sobre a realidade física em sua totalidade, ou seja, os entes e o ser. Mas, apesar de todos os seres animados e inanimados (entes) terem uma mesma constituição atômica e subatômica, a questão do ser não pode ignorar as diferenças entre os seres vivos e as coisas, e entre o homem e os demais seres e coisas. Tudo é ser, mas só o homem é visto como um ser especial pois, apesar das suas características similares a outros seres animais, somente ele foi capaz de transformar o mundo à sua volta e transformar-se, só ele tem um alto grau de autoconsciência.