Introdução ao Orientalismo

 INTRODUÇÃO AO ORIENTALISMO” aborda a visão que o Ocidente tem do Oriente e a profunda influência que a cultura oriental teve sobre a ocidental. A obra expõe ainda as principais correntes e escolas do pensamento oriental, abarcando Índia, China, Japão e Tibet. Esta obra tende a ser extremamente útil a todos os que pretendem iniciar-se na cultura oriental, mas esbarram em textos herméticos e com visões segmentadas. O autor consegue expor com clareza, erudição e inspiração, pontos obscuros e polêmicos do pensamento oriental, relacionando-os à cultura ocidental, quer na arte, na ciência e na filosofia. Além de expor um panorama amplo do tema, o autor logra trazer ensinamentos filosóficos que falam à subjetividade, colocando os leitores em contato direto com a sabedoria oriental.

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Trecho da Obra "Introdução ao Orientalismo"

 

Hoje está começando a ficar claro para a física que o mundo é aquilo que pensamos que seja, que a noção de real e objeto não pode existir separada da mente que os concebe e pensa. Como saber se sem nós o real é como pensamos que seja conosco? Como pensar o pensável sem pensar junto o pensador e o próprio ato de pensar? Daí que a realidade só é real enquanto experimentada e pensada, não existe em si. Ou melhor, diz Buda no Lankavatara-Sutra: “… aquilo que é compreendido nada mais é que o mundo objetivo percebido e discriminado pelo intelecto, que é nada mais que a própria mente”.

A mente ao ver os objetos vê-se a si mesma. Tal posição é idealista, mas Buda resolve a oposição entre realismo e idealismo com uma imagem: “… a realidade do mundo é semelhante ao círculo formado por uma brasa que gira”.

Podemos dizer que o círculo é irreal enquanto ilusão, e real enquanto experiência de consenso entre todos que o veem. Temos aqui uma objetividade experimental, aceita por todos, que não invalida a verdade de que o círculo é uma construção mental que não possui realidade em si. Em outras palavras a objetividade não é critério de verdade porque jamais é absoluta, depende sempre de sua relação com a inteligência humana e seu enfoque. Porém, isto não invalida em absoluto a física clássica, apenas a relativiza. O fato do espaço ser curvo e a geometria de Euclides ser uma mera construção mental que não corresponde à “realidade física” não impede que com ela os engenheiros construam prédios, que são “reais” e “existem” no sentido “físico”. Isto que a física está começando a entender e a filosofia ocidental a pensar mais detidamente, já estava presente no pensamento oriental no mínimo há dois milênios.

Quando nos damos conta que aquilo que a tradição científica chama de “objetividade” surge da separação entre sujeito e objeto, que a percepção é uma construção imaginativa do intelecto, e que a coisa (objeto isolado) é uma mera projeção mental, neste momento lançamos uma ponte sobre o abismo que há entre sujeito e objeto, e paramos de perceber discriminando do todo. Tal enfoque supõe uma abordagem do real sem dicotomias, em que nos debruçamos sobre cada objeto como se ele fosse o universo inteiro, e cada instante como toda uma vida. Não há separação entre o ser e os entes, nós somos cada coisa e tudo está em nós.

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